Amunam leva roda de leitura para praças

De posse de livros com histórias infantis, meninos e meninas se revezam contando histórias e dando muita gargalhada à sombra de árvores.

Adolescentes da Amunam levam solidariedade

crianças e adolescentes do Projeto Dando a Volta por Cima da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata visitaram o Abrigo Domingos de Azevedo Irmã Guerra.

Coração Nazareno realiza show em festival

O Maracatu Coração Nazareno, idealizado e organizado pela Associação das Mulheres de Nazaré da Mata, abriu o Festival Camará, em Camaragibe.

Grupos da Amunam se apresenta em polo junino

A Quadrilha Junina, composta por crianças e adolescentes do Projeto Dando a Volta por Cima abriu a festa no polo Circo do Forró, mostrando a todo o público presente todas as suas cores, animação e desenvoltura.

Bloqueio da PRF e minuta golpista: entenda os argumentos de Fux para absolvição de Bolsonaro


 

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), contestou ao votar nesta quarta-feira (10) provas que, segundo a Procuradoria-Geral da República, ligam o ex-presidente Jair Bolsonaro a fatos da trama golpista.

O integrante da Primeira Turma divergiu do relator e votou pela absolvição do ex-presidente em relação aos cinco crimes trazidos na denúncia.

Confira os principais argumentos trazidos pelo ministro:

Relatório das Forças Armadas

O ministro disse não ter visto dolo na pressão feita por Bolsonaro sobre o então ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira em relação ao relatório de análise do sistema eletrônico de votação, conforme consta no processo.

Na denúncia, a PGR afirmou que o ex-presidente interferiu no relatório elaborado pelas Forças Armadas. Na época, o relatório foi enviado à Justiça Eleitoral falando sobre o trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação, mas depois a pasta publicou uma nota dizendo que não havia sido descartada a possibilidade de fraude.

— A absoluta ausência de lesividade desse episódio é reconhecida pelo próprio Ministério Público, que diminuiu a sua importância ao afirmar que a ação não foi exitosa. (...) Ainda que se considerasse uma conduta capaz de suprimir o estado democrático de direito, os elementos dos autos também indicam não ter havido o dolo de atentar contra as instituições — disse Fux.

Bloqueios da PRF

Fux ressaltou que não há nenhuma prova que Bolsonaro sabia dos bloqueios da Polícia Rodoviária Federal montados durante as eleições de 2022:

— O Ministério Público em momento algum apresentou provas da ciência ou participação de Jair Bolsonaro nos fatos — disse.

8 de janeiro

O ministro afirmou que Bolsonaro não pode ser responsabilizado por crimes cometidos por terceiros.

— Não se pode aceitar a pretensão acusatória de se imputar ao réu a responsabilidade por crimes cometidos por terceiros no fatídico 8 de janeiro de 2023 como decorrência de discursos e entrevistas ao longo do mandato — pontuou.

Sem "autogolpe"

Fux entendeu que não cabe condenar Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado por ações tomadas quando ele ainda estava no cargo de presidente da República. Conforme o ministro, não seria possível que o ex-presidente tentasse depor o próprio governo.

— As condutas praticadas pelo réu durante seu mandato como Presidente da República não podem configurar o crime previsto no 359-M do Código Penal [tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído], pois este pressupõe a prática de conduta tendente a remover o mandatário do cargo ocupado, e era ele o mandatário do cargo ocupado — frisou.

Urnas eletrônicas
O ministro afirmou que os ataques de Jair Bolsonaro às urnas “não configuram tentativa de abolição do estado democrático de direito”. Segundo ele, ainda que haja questionamentos sobre a regularidade do sistema de votação, "a simples defesa da mudança do sistema de votação não pode ser considerada narrativa subversiva".

Ao comentar sobre o histórico de críticas ao processo eleitoral, Fux acrescentou que “sempre ocorreram questionamentos e discursos inflamados, de políticos de direita ou esquerda".

O ministro afirmou, ainda, que Bolsonaro não pode ser culpado por questionar as urnas:

— Não se trata da primeira vez que candidato à Presidência da República provoca o TSE contra a regularidade das eleições.

Carta aos comandantes

Fux disse que a PGR também não conseguiu provar que Bolsonaro sabia da Carta aos Comandantes, cujo conteúdo pressionava os chefes das Forças Armadas a aderirem ao golpe de Estado.

— A única prova da ciência do réu Jair Bolsonaro sobre a carta em questão consiste em mensagens trocadas entre Mauro Cid e Sergio Cavalieri, em que o segundo pergunta se o primeiro sabia disso. E o primeiro diz "sim". Essa prova tênue é completamente insuficiente para demonstrar uma participação dolosa quanto à elaboração da carta.

Minuta golpista

Ao tratar da chamada minuta golpista, o ministro Luiz Fux afirmou que o documento apresentado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) possui “contradições e falhas” que, em sua avaliação, tornam a acusação “insustentável”. Ele disse, ainda, que Bolsonaro "está sendo acusado por um documento cujo teor exato não é conhecido".

Fux destacou que o documento, que teria sido levado a Bolsonaro pelo ex-assessor Filipe Martins e que previa a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições, não consta nos autos.

— A minuta narrada pelo Parquet (PGR) prevendo a prisão de autoridades e a convocação de novas eleições, que teria sido que teria sido entregue diretamente ao réu Jair Bolsonaro, não veio aos autos em momento nenhum — disse.

O ministro ressaltou ainda que, para transformar a mera cogitação em atos executórios de caráter golpista, seria necessária uma cadeia de medidas, como a publicação de decreto presidencial, o envio de mensagem aos órgãos operacionais das Forças Armadas e "a edição de ato formal para transferir o controle operacional dos órgãos de segurança pública".

Fux também citou depoimentos do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que teria dito que Bolsonaro discutiu versões da minuta, mas não deu andamento ao plano. O ministro citou, ainda, a informação trazida por Cid de que Bolsonaro teria "enxugado" a minuta, retirando, por exemplo, a previsão de prisão de algumas autoridades. Conforme Fux, essa versão enxuta do documento não consta nos autos.

Para o ministro, embora Bolsonaro tenha aventado hipóteses como decretação de estado de sítio ou operação de garantia de lei e ordem, mas que as ideias não foram implementadas.

— Nada disso saiu da mera cogitação.

Punhal Verde Amarelo

O ministro afirmou que não há provas de que o plano intitulado "Punhal Verde e Amarelo" foi apresentado ao ex-presidente. O plano em questão previa, segundo a investigação, o monitoramento e assassinato do ministro Alexandre de Moraes, além da eliminação do presidente Lula e do vice-presidente Geraldo Alckmin.

O documento teve a sua autoria reconhecida pelo general Mário Fernandes, réu no processo e que chegou a assumir o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência sob Bolsonaro. Fernandes imprimiu o documento no Palácio do Planalto e, segundo investigação, no dia seguinte às impressões, o general foi ao Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro ficou recluso nos meses finais de seu governo.

— As provas apresentadas pela acusação são insuficientes para demonstrar que essa minuta, em algum momento, chegou a ser apresentada ao réu Jair Bolsonaro, muito menos que tenha contado com a sua anuência.

Acampamentos
No voto, o ministro Luiz Fux afastou a tese de que Jair Bolsonaro tivesse liderança ou controle sobre os manifestantes que participaram dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e que ficaram nos acampamentos instalados em frente a quartéis.

— Segundo a própria peça ministerial, o coronel Muro Cid falou: 'Não, o presidente nunca deu nenhuma orientação para mim com relação aos manifestantes, eu não tinha contato com nenhum manifestantes, (...) nem com ninguém nos acampamentos em frente aos quartéis'. Cid igualmente disse que Jair Bolsonaro nunca mobilizou os manifestantes.

Críticas à PGR

Além dos pontos relativos ao ex-presidente Fux criticou a acusação em alguns momentos ao longo do voto. Em determinado momento, afirmou que a narrativa é "desprendida dos fatos":

— A petição do Ministério público não me pareceu cuidar de realizar uma descrição típica, individualizada, das condutas dos agentes, preferindo adotar uma narrativa, que me pareceu desprendida da cronologia dos fatos alegados.

Fonte: Folha de Pernambuco.

STF forma maioria para condenar Braga Netto por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito


 

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (10) pela condenação do general Braga Netto pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O militar é um dos réus da trama golpista para reverter o resultado das eleições de 2022.

Com o entendimento de Fux, há maioria de três votos pela condenação do general. Os outros dois votos foram proferidos ontem (9) pelos ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino.

A maioria absolveu o militar dos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

General da reserva e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o militar está preso desde dezembro do ano passado sob a acusação de obstruir a investigação sobre a tentativa de golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Braga Netto foi acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) da suposta participação na elaboração do plano Copa 2022, operação clandestina por militares kids-pretos, com planejamento voltado ao sequestro e homicídio do ministro Alexandre de Moraes.

Em um dos depoimentos de delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, réu e delator da trama golpista, disse que Braga Netto entregou a ele dinheiro dentro da sacola de vinho para o financiamento das ações do plano golpista. Defesa de Braga Netto nega.

No voto proferido durante o julgamento, que ocorre na Primeira Turma da Corte, Fux entendeu que uma reunião entre Braga Netto, Cid e militares kids-pretos confirmam que o general planejou e financiou atos para ceifar a vida do relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes.

"A morte violenta de um integrante da Suprema Corte seria um episódio traumático para a estabilidade política do país, gerando intensa comoção social e colocando em risco a separação dos poderes", afirmou.

Fux também votou pela absolvição do general pelos demais crimes da trama golpista.

O ministro prossegue seu voto e analisa as condutas dos demais réus.

Quem são os réus


- Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

- Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

- Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;

- Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;

- Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

- Paulo Sérgio Nogueira - ex-ministro da Defesa;

- Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;

- Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Julgamento da trama golpista retorna nesta terça (9)


 

O julgamento do núcleo 1 da trama golpista será retomado, nesta terça-feira (9), na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao fim desta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus sete aliados serão condenados ou absolvidos das acusações de liderar a conspiração que pretendia reverter o resultado da eleição que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.

Nas três primeiras sessões da primeira semana de julgamento, que ocorreram nas últimas terça (2) e quarta-feiras (3), foram ouvidas a relatoria da denúncia, pelo ministro Alexandre de Moraes; a acusação do Procurador-Geral da República, Paulo Gonet; e as sustentações das defesas dos acusados, feitas por seus respectivos advogados.

Esta segunda e última semana do julgamento começa com as votações dos ministros nas sessões da terça (9) e quarta (10). Na ordem, a primeira sessão será aberta às 9h pelo presidente da Primeira Turma, o ministro Cristiano Zanin, que dará a palavra ao relator Alexandre de Moraes, o primeiro a votar.

Durante sua fala, Moraes deverá analisar as questões levantadas pelos advogados dos réus em suas sustentações, incluindo o ex-presidente Bolsonaro, como solicitações de nulidade da delação premiada de Mauro Cid e de absolvição. Moraes poderá solicitar a discussão sobre os assuntos de forma imediata na sessão ou decidir que sejam analisadas de forma conjunta com o mérito na votação.

O relator, então, votará se condena ou absolve os réus e qual o tempo de cumprimento da pena sugerido para cada um deles.

Em seguida, os demais ministros que compõem o colegiado votam na seguinte ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A maioria para absolver ou condenar os réus acontecerá com três dos cinco votos. Também estão marcadas sessões extras para a quinta (11).

Durante o rito, qualquer um dos ministros poderá solicitar um pedido de vista e ter mais tempo para analisar o caso, ocasionando a suspensão do julgamento, tendo que ser devolvido em até 90 dias para retomada da audiência.

Nas sessões da sexta-feira (12), a sentença será proferida. Em caso de condenação dos réus do núcleo 1 da trama golpista, a prisão poderá ser realizada somente após o julgamento dos recursos contra a decisão do colegiado. Se condenado, Bolsonaro pode receber uma pena de até mais de 40 anos de prisão.

Por outro lado, se pelo menos um dos cinco votos dos ministros for a favor da absolvição, o ex-presidente e os demais réus terão direito a mais um recurso para evitar a prisão, a ser analisado também pelo colegiado. As defesas podem utilizar os embargos de declaração, recurso que tem objetivo de esclarecer omissões e contradições no texto final do julgamento.

Quem são e o que respondem os acusados?

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, estão entre os acusados: Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente; General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa e Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

Os réus respondem por crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Tarifaço: fortalecimento das relações com a Índia pode ser ser saída para o Brasil


 

As estratégias para ampliar as relações comerciais foi tema de reunião virtual entre os países membros do Brics nesta segunda-feira (8). De acordo com o economista, doutor em economia e professor da FIA Business School, Paulo Feldmann, o fortalecimento das relações comerciais do Brasil com os países do grupo, principalmente a Índia, pode ser uma saída para equilibrar as perdas com a taxa de 50% nas exportações para os Estados Unidos.

Segundo Feldmann, o momento é oportuno para que os países comecem a estreitar as suas relações comerciais, que ainda são pequenas. “A Índia é um mercado enorme, pois é o país mais populoso do planeta, com uma população maior do que a China. É uma oportunidade excelente para o Brasil porque ainda é um mercado pouco explorado. O nosso país é o mais competitivo do mundo na agricultura e em minerais. Temos condições de vender mais produtos para a índia como milho, trigo, soja e açúcar”, aponta. Ainda segundo ele, no caso do minério de ferro, por exemplo, o país pode ser também um comprador importante do Brasil.

Para o economista, além de serem países democráticos, diferente da maioria dos países do Brics, o Brasil e a índia também compartilham outra coisa em comum: são os países com as tarifas para exportação mais altas no tarifaço, ambos com 50% sobre as exportações aos Estados Unidos.

“O Brasil e a Índia certamente não vão gostar se o Brics partir para medidas autoritárias. Então os países precisam estar juntos mesmo, caso isso venha a acontecer. Principalmente agora, depois de todas as medidas de Trump nos Estados Unidos, essa é uma oportunidade enorme para o Brasil e a Índia se juntarem e venderem mais um para o outro”, analisa. Ele indica que essa aproximação comercial pode ser uma solução para compensar os impactos do tarifaço ao Brasil.

 Relações comerciais entre os Brics

De acordo com Feldmann, os posicionamentos recentes do presidente Lula indicam que o governo federal deve seguir a estratégia de estreitar as relações comerciais. Segundo ele, essa é a hora correta para os países do Brics darem uma atenção maior às trocas comerciais, pois o grupo não existia com essa intenção. “Se o Brics souber aproveitar o momento, ele pode passar a virar um grande bloco comercial”, afirma Feldmann, que destaca ainda a potência dos Brics, que representam metade da população mundial.

O economista explica que, entre os países do Brics, a China, que já é o principal parceiro comercial do Brasil, deve também reforçar as relações com o país. Inclusive, ele indica que isso é algo que já está acontecendo porque o governo brasileiro tem incentivado uma aproximação ainda maior com o país.


Críticas de Lula à OMC

Durante a reunião com a cúpula dos Brics, o presidente Lula reforçou o discurso sobre uma possível reforma na Organização Mundial do Comércio (OMC) como forma de aumentar a regulamentação no livre comércio entre os países e ser mais incisiva em relação ao tarifaço imposto por Donald Trump.

De acordo com o economista, essa estratégia não deve dar certo, pois a OMC é sustentada pelos Estados Unidos. “A OMC dificilmente aprovaria medidas que o Brasil propõe para tornar a OMC mais atuante contra os Estados Unidos. Os EUA têm um poder muito grande por conta das contribuições, o país sustenta a organização financeiramente”, analisa.

Ainda segundo o economista, o próprio presidente do Brasil reconhece que a OMC não vai fazer nada porque é muito influenciada pelos Estados Unidos. “O Brasil não vai conseguir ter uma liderança sobre os países da OMC como ele tem sobre o Brics”, conclui.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Hamas diz estar pronto 'de imediato' para negociar cessar-fogo em Gaza após proposta dos EUA


 

O Hamas afirmou neste domingo que recebeu, por meio de intermediários, propostas dos Estados Unidos para viabilizar um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Em comunicado, o grupo disse acolher "qualquer iniciativa que contribua para os esforços em prol da interrupção da agressão" e indicou estar pronto "de imediato" para iniciar negociações.

Segundo a nota, o movimento aceitaria discutir a libertação de todos os prisioneiros desde que houvesse, em contrapartida, uma declaração clara de fim da guerra, a retirada total das forças israelenses do território e a criação imediata de um comitê de palestinos independentes para administrar a região.

O texto reforça que um eventual acordo só será viável com garantias públicas e explícitas de cumprimento por parte de Israel, para evitar o que chamou de "repetições de experiências anteriores". Como exemplo, citou uma proposta apresentada em 18 de agosto no Cairo, baseada em iniciativa americana, que teria sido aceita pelo Hamas, mas não recebeu resposta de Israel. O grupo acusou o país de prosseguir com "massacres e limpeza étnica" mesmo após aquela mediação.

A manifestação ocorre horas depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que Israel já aceitou os termos apresentados por Washington para encerrar a guerra. O republicano advertiu o Hamas de que haveria consequências caso não aceitasse, descrevendo o aviso como o "último" dirigido ao movimento. Segundo o comunicado, o Hamas seguirá em contato permanente com os mediadores internacionais para transformar as ideias em um acordo abrangente.

Fonte: Folha de Pernambuco.

No 7 de Setembro, direita pede anistia eleitoral a Bolsonaro, enquanto esquerda defende soberania


 


Em um 7 de Setembro atípico, em meio ao julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) e ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, a direita bolsonarista e a esquerda foram às ruas ontem em defesa de suas bandeiras: a anistia — agora também eleitoral — do ex-presidente e a soberania nacional, respectivamente.

Com maior capacidade de mobilização, apoiadores e aliados de Bolsonaro promoveram atos em 25 capitais e no DF, sendo os maiores na Avenida Paulista, em São Paulo, e em Copacabana, no Rio. Juntos, os dois somaram 84,9 mil pessoas, segundo o grupo Monitor do Debate Político, da Universidade de São Paulo (USP).

A esquerda registrou o seu maior público na Praça da República, em São Paulo, com 8,8 mil pessoas, também segundo o monitor da USP, ligado ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) — coordenado por Pablo Ortellado e Márcio Moretto —, em parceria com a ONG More in Common. Em Brasília, no desfile cívico-militar pelo Dia da Independência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do ato que tinha o mote em defesa da democracia diante de outras 45 mil pessoas, segundo o Planalto.

Em Copacabana, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) cobrou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que aprovasse um projeto de anistia “ampla, irrestrita e geral”. Ele também teceu críticas à proposta alternativa do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que pode excluir o ex-presidente do perdão.
— Não existe anistia criminal sem anistia eleitoral — afirmou o senador, pedindo para que os presidentes do Congresso “não cedam à pressão de Alexandre de Moraes”, relator do caso no STF e visto como inimigo número um do bolsonarismo.

Impulsionada pela oposição, a pauta que propõe anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro ganhou força na última semana com o envolvimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e, nas manifestações de ontem, passou a incorporar mais diretamente uma defesa para que Bolsonaro possa concorrer em 2026. O ex-presidente está inelegível e pode terminar esta semana condenado a até 43 anos por liderar uma tentativa de golpe.

No ato da Avenida Paulista, organizado pelo pastor Silas Malafaia, Tarcísio clamou pela anistia a Bolsonaro e subiu o tom contra o STF, dizendo que ninguém aguenta mais a tirania de Alexandre de Moraes. O decano da Corte, Gilmar Mendes, rebateu: “O que o Brasil não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua História, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo”.

O choro de michelle

O discurso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, na Avenida Paulista, foi o mais esperado pelos apoiadores. Em tom religioso e chorando, disse que os seus direitos têm sido violados e afirmou que o seu marido está “amordaçado em casa”.

— Vejo os policiais na esquina, a imagem da minha família sendo violada, a minha filha de 14 anos indo para a escola todos os dias tendo que abrir a porta do carro para verificar se tem alguém escondido dentro. Todos os dias alguém revista o meu carro. É muita humilhação que estamos vivendo — falou a líder do PL Mulher.

Nos outros atos, Michelle enviou um áudio aos apoiadores. Na gravação, ela diz que fala em nome do ex-presidente, impedido de comparecer por “injustiça e perseguição”. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar em Brasília por tentar obstruir a Justiça, após seu filho Eduardo atuar junto ao governo americano para pressionar o STF..

— Em 2022, mais de um milhão de pessoas ouviram o meu marido em Brasília naquela comemoração histórica do bicentenário da Independência. Hoje, por perseguição e injustiça, ele não pode falar. Mas nós falaremos por ele até que essa tirania e essa perseguição sejam vencidas — disse Michelle.

Com Tarcísio e o governador de Minas, Romeu Zema, em cima do trio elétrico, Malafaia criticou as movimentações políticas para escolha de um candidato da direita para concorrer à Presidência que não seja Bolsonaro. O pastor, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal por ser acusado de tentar obstruir a Justiça, se disse perseguido.

No ato da direita em Brasília, estiveram presentes ex-ministros, deputados e senadores da oposição. Os discursos foram marcados por ataques ao STF e à condução do julgamento da chamada “trama golpista”. Bonés, camisetas, bandeiras e cartazes utilizados pelos bolsonaristas reforçaram as críticas a Lula e Moraes, também com menções à Lei Magnitsky.

Defesa da soberania

Já Lula participou do tradicional desfile de 7 de Setembro, ao lado da primeira-dama, Janja da Silva, ministros e autoridades de seu governo. Neste ano, o Planalto usou a data para reforçar a mensagem de soberania nacional e patriotismo, em contraponto direto à narrativa bolsonarista.

Os ministérios foram enfeitados com cartazes com os dizeres “Brasil Soberano” e “Governo do Brasil do lado do povo brasileiro”. O slogan “Brasil Soberano” também ilustrou os bonés que foram distribuídos pela Secom.

Sobre pressão dos dois lados, o presidente Hugo Motta foi o representante do Congresso no desfile, enquanto Alcolumbre cumpriu agenda fora de Brasília. Mesmo convidados, os ministros do Supremo decidiram não comparecer ao desfile, que ocorreu na Esplanada dos Ministérios. Governistas avaliaram que a ausência dos magistrados evita teorias conspiratórias de conluio entre a Corte e o governo para condenar Bolsonaro.

Sem citar nomes, Motta publicou um vídeo em suas redes sociais em que questiona o que seria uma verdadeira independência.

— Em um país que mais parece um campo de batalha, ter independência é escolher não lutar uma guerra de narrativas, mas trabalhar para entregar resultados — disse o presidente da Câmara.

Centrais sindicais e lideranças de esquerda também se reuniram país afora; foram 25 capitais e no DF, segundo o PT, em atos marcados pela exaltação da autonomia do Brasil em relação às sanções aplicadas pelos EUA.

No Rio, um protesto mais tímido ocorreu no Centro da cidade, com a participação dos deputados federais Jandira Feghali (PCdoB), Benedita da Silva (PT), Pastor Henrique Vieira (PSOL), Reimont (PT) e Chico Alencar (PSOL).

Fonte: Folha de Pernambuco.

Trump diz que Israel aceitou termos para fim de guerra em Gaza e dá ultimato a Hamas


 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou neste domingo, 07, que Israel aceitou seus termos para um acordo de paz na região da Faixa de Gaza, e que, agora, resta o Hamas aceitar também. "Eu alertei o Hamas das consequências de não aceitarem os termos", escreveu o republicano na Truth Social. "Todos querem os reféns em casa. Todos querem que esta guerra acabe! Este é meu último aviso ao Hamas, não haverá outro!", afirmou Trump, em espécie de ultimato ao grupo.

Paralelamente, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu afirmou hoje que o país está intensificando a ofensiva na Cidade de Gaza. Em publicação no X, o premiê israelense acusou o Hamas de impedir a evacuação do local ao usar moradores como "escudos humanos" e de recorrer à violência contra civis que tentam deixar a região. Netanyahu disse que a meta é encerrar a guerra "o mais rápido possível" com a vitória definida: eliminar o Hamas, recuperar todos os reféns e garantir que Gaza "nunca mais ameace Israel".

Segundo a Anadolu Agency, o primeiro-ministro da Grécia, Kyriakos Mitsotakis, ressaltou hoje que o país defende uma solução de dois Estados para o conflito e que reconhecerá o Estado da Palestina "no momento certo", aumentando a pressão de países europeus contra Israel pelo fim do conflito. Mitsotakis ainda reafirmou que os gregos seguem reiterando críticas ao governo israelense pela condução da operação em Gaza.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Nova lei de pesquisa clínica pode incluir 286 mil novos brasileiros em estudos de medicamentos


 

Um levantamento realizado pela Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma) em parceria com a consultoria IQVIA apontou que a aplicação da nova lei que determina como deve ser feita a pesquisa clínica — como se chamam os estudos de novos medicamentos — pode incluir 286 mil novos pacientes brasileiros em análises do tipo.

O mesmo levantamento diz que a nova regulamentação, já sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode levar ao investimento de R$2,1 bilhão de reais do setor no Brasil, por ano, causando impacto econômico de R$6,3 bilhões anuais.

Por fim, a pesquisa, obtida com exclusividade pelo Globo, também aponta que 56 mil profissionais científicos podem ser envolvidos nessas novas análises, uma vez que elas sejam atraídas para o país. A avaliação da entidade é que se o Brasil implementar as mudanças previstas na nova regulamentação, passará de 20º no ranking de pesquisa clinica global para 10º. O prazo para essas mudanças ocorrerem, porém, ainda é difícil de medir, aponta o setor.

— Se o país tiver esse marco regulatório implementado, haveria uma subida na capacidade de fazer estudos clínicos. Isso porque o Brasil tem outras características naturais (positivas). Há uma grande população urbana, miscigenada, há excelente base científica, centros de pesquisas, uma população gigantesca, de 200 milhões de pessoas — afirma Renato Porto, presidente-executivo da organização.

— Comparando as características de países que estão em determinadas posições (no ranking de realização de estudos clínicos) e as nossas características, seria possível dizer que o Brasil facilmente passaria a ocupar, por exemplo, a décima posição.

O entusiasmo com a subida do país no ranking exibido no documento do estudo, diz Renato Porto, é fruto da observação de outras nações, a exemplo de Egito e Turquia. Esses lugares, em poucos anos, tornaram-se mais representativos no cenário global de pesquisa clínica, mesmo apresentando cenários internos menos favoráveis do que o Brasil tem agora.

— São países que não têm uma população tão grande e não têm uma capacidade tão grande de atrair pesquisa clínica – diz.

Outro trunfo do país, diz o material, seriam custos menos elevados para realizar uma análise do tipo. A pesquisa toma como exemplo uma média de custo para pesquisas oncológicas — o tipo mais predominante em todo o mundo — para avaliar as métricas de custos globais. Realizar uma análise do Brasil consumiria apenas 44% do orçamento necessário para fazer uma pesquisa do mesmo tipo nos Estados Unidos. O país, demonstra a pesquisa, seria menos custoso do que Argentina, Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Polônia.

A aprovação da lei que muda os critérios de pesquisa clínica no Brasil entrou em vigor agosto do ano passado, após anos de paralisações e vetos. A legislação, entre outras coisas, acelerou prazos, reduziu o período que desenvolvedores são obrigados a fornecer o medicamento ao voluntário após o fim do estudo, e também mud ou os critérios da aprovação ética de cada análise. As mudanças, contudo, só entram oficialmente em vigor quando o Ministério da Saúde regulamentar como devem ocorrer essas alterações, por meio de portarias, que expliquem prazos e métodos para que o plano saia do papel. Ainda não há, oficialmente, prazo conhecido para que esse trabalho ocorra.

Recentemente, uma reportagem do Globo mostrou que ainda antes de ser regulamentada, a mudança encontra um setor farmacêutico já interessado em investir no Brasil. A Sanofi, por exemplo, diz que investiu R$ 100 milhões em pesquisas realizadas no país em 2024.

Na Novartis, o investimento em pesquisa também repete a cifra de R$ 100 milhões investidos no Brasil em 2024. Entre as doenças estudadas estão males "tropicais negligenciados” como como dengue, malária, hanseníase e doença de Chagas, entre outras áreas estratégicas como as terapias gênica e celular.

De volta ao levantamento da Interfarma, a organização pontuou que em 2023 o país está entre as dez principais nações em quantidade de empresas farmacêuticas instaladas. São quase 1,5 mil corporações do tipo no país. Além disso, representa o 9º maior mercado farmacêutico do planeta, com tamanho estimado de US$ 33,2 bilhões.

— Queremos levar a mensagem da valorização da ciência, da valorização desse ciclo de inovação — diz Porto, da Interfarma.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Analistas indicam condenação dos réus do núcleo 1 da trama golpista


 

A conclusão da primeira semana do julgamento dos oito acusados do “núcleo crucial” da trama golpista pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se resume a dois dias “recheados de provas muito fortes”, na avaliação da cientista política Hely Ferreira. Análise corroborada pela também cientista política, Priscila Lapa:“Não houve surpresas ou fatos novos, o que leva a crer que o resultado será a condenação de todos”.

Os dois primeiros dias do julgamento colocaram os advogados de defesa em papéis muito difíceis. E dias ainda mais complexos estão por vir, na continuidade das sessões, nos dias 9, 10 e 12 - este último, quando deve ser proferida a sentença dos oito réus, inclusive do ex-presidente Jair Bolsonaro, que respondem por crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

No lado da acusação, o procurador geral da república, Paulo Gonet, teve o cuidado de contextualizar a denúncia. “Fez questão de apontar os elementos contextuais para evidenciar que não se trata de fatos isolados, mas de uma "trama", com fatos encadeados”. Para Hely Ferreira, a dificuldade da acusação esteve em destacar a participação de cada um dos réus, “porque a pena tem que ser atribuída a partir da participação de cada um, em o que cada um contribuiu para o fato”.

Sobre a atuação incisiva do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, Priscila Lapa descreveu que ele demonstrou “não esta intimidado por qualquer tipo de pressão” e que os ministros do Supremo se mantiveram com uma postura afirmativa, “sem parecer que estavam intimidados”. Uma fala sem novidades, mas firme.

Para Fabio Andrade, cientista político e professor do curso de Relações Internacionais da ESPM, após os dois primeiros dias, chama a atenção sobretudo o comportamento das defesas dos réus que circulam Bolsonaro, que “acabam assumindo que havia uma demanda presidencial para uma articulação que não reconhecesse o resultado das eleições que tivesse um cenário alternativo”. Na base destas defesas, Andrade aponta que todos os advogados acabaram “se afiançando e entrelaçando” nos argumentos de que “não houve efetivação ou não houve resultado de forma prática” das movimentações golpistas, além da tentativa de reforçar perante a opinião pública a imagem de que o julgamento não é isento.

Andrade também enfatiza que todos os advogados reclamaram de aspectos do processo durante suas sustentações orais, tentando “mostrar falhas do sistema judiciário”. “Pode parecer uma tecnicidade, mas acho que tem aspectos mais severos por trás, como a dificuldade de fazer defesa, seja pela desorganização dos documentos, seja pela quantidade de documentos”, avalia. “Ainda que já estejamos diante do Supremo Tribunal Federal, acredito que essa validação tenta buscar ou preparar o terreno para possíveis avaliações futuras como embargos declaratórios”, destaca.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Em julgamento de Silveira, Fux defendeu que crimes contra a democracia não podem ser anistiados


 

Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou um induto presidencial concedido no ano anterior pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-deputado Daniel Silveira, que havia sido condenado por crime contra o Estado Democrático de Direito, uma das acusações que pesam contra os réus do atual julgamento da trama golpista.

Na época, ao votar pela inconstitucionalidade do ato de Bolsonaro, o ministro Luiz Fux defendeu que este tipo de crime não pode ser objeto de anistia, mesmo em eventuais decisões do Congresso Nacional.

— Entendo que crime contra o Estado Democrático de Direito é um crime político e impassível de anistia, porquanto o Estado Democrático de Direito é uma cláusula pétrea que nem mesmo o Congresso Nacional, através de uma emenda, pode suprimi-la — disse Fux em maio de 2023.
Dois anos depois, a questão pode voltar a ser encarada na Corte diante da pressão de parlamentares pela votação de uma anistia aos réus da trama golpista. Após intensa negociação no Congresso sobre um eventual perdão aos envolvidos no 8 de Janeiro, ministros do STF já passaram o recado de que a iniciativa, caso prospere no Legislativo, deve ser barrada pelos magistrados por ser inconstitucional.

Com o início do julgamento da trama golpista, a pressão para beneficiar Bolsonaro e aliados aumentou em Brasília, até mesmo com a admissão por parte do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de que discutirá o assunto ainda este mês. A proposta ganhou tração a partir de conversas envolvendo figuras importantes do Centrão, que veem chance de Bolsonaro apoiar uma candidatura à Presidência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se houver uma concertação nacional a favor dos acusados de atentar contra as instituições democráticas.

No caso da anistia em discussão no Legislativo, ministros do STF veem uma pressão entre parlamentares nem tanto para beneficiar Bolsonaro, mas para salvar envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Esses integrantes da Corte lembram que há no tribunal quem admita discutir anistia, sem o ex-presidente entre os beneficiados, como possível solução para “pacificar o Brasil”, mas dizem que essa não é uma ala majoritária.

Fonte: Folha Pernambuco.

Hugo Motta se reúne com Tarcísio e presidentes do PP e Republicanos para negociar anistia


 

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reuniu no início da noite desta quarta-feira com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e com os presidentes do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e do Republicanos, deputado Marcos Pereira (SP). Os quatro deram continuidade às negociações para que haja o avanço do projeto de lei de anistia ao 8 de janeiro, que tem potencial de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A reunião também serviu para uma avaliação política do momento atual e sobre como o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) da trama golpista, do qual Bolsonaro é alvo, vai afetar a conjuntura nacional.

Após o encontro, Motta seguiu para um jantar em Brasília com aliados, que contou com a participação de Marcos Pereira, que também tem articulado favorável à anistia. Por sua vez, Tarcísio voltou para São Paulo, onde recebeu, no Palácio dos Bandeirantes, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, um dos principais aliados de Bolsonaro e também um dos principais articuladores da anistia.

A tendência é que o assunto ganhe força na próxima reunião de líderes da Câmara, prevista para a semana que vem. Deputados dizem que Hugo Motta falou que vai precisar tirar o tema da frente e que ele inevitavelmente vai ter que ser discutido pela Casa.

 A presença do governador no tabuleiro repercute diretamente nas conversas políticas. A avaliação de caciques do PP, União Brasil, Republicanos e PL, com adesões parciais em PSD e MDB, é que a pauta da anistia passou a expressar a formação de uma coalizão eleitoral de oposição para 2026. Esse arranjo — ainda em consolidação — tem dois objetivos: viabilizar Tarcísio nacionalmente, com o aval explícito de Bolsonaro, e unificar o bloco em torno de uma agenda comum no Congresso.

A ideia é que Tarcísio precisa usar o seu peso político como governador de São Paulo para aprovar a proposta e mostrar a Bolsonaro que é viável para ser o representante da direita na eleição presidencial de 2026. Integrantes de partidos do Centrão, principalmente Ciro Nogueira e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tentam um aval do ex-presidente para que o governador seja logo apontado como candidato.

Bolsonaro está inelegível por ataques às urnas eletrônicas e pode ser condenado à prisão no caso da trama golpista. Bolsonaristas querem uma anistia que recupere a elegibilidade e impeça a condenação, mas o conteúdo, porém, segue em disputa.

Dirigentes do centro trabalham uma versão menor e que mantenha fora do projeto a inelegibilidade do ex-presidente.

O apoio de Tarcísio também traz o endosso dos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e do Republicanos, Marcos Pereira, na visão de líderes partidários envolvidos nas articulações. Os dois chefes de partidos estão diretamente envolvidos na pressão para pautar o texto, ainda que, a interlocutores não se comprometam ainda com o mérito da iniciativa, com a defesa de que um acordo sobre o conteúdo ainda precisa ser ajustado.

Por sua vez, os presidentes do PP, do União Brasil, Antonio Rueda, além do próprio PL de Bolsonaro têm pressionado para pautar a iniciativa e aprovar um texto de alcance amplo que pelo menos impeça a condenação de Bolsonaro no caso da trama golpista.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Receita antecipa pagamento do último lote da restituição do IR

Ao contrário do previsto, não será pago um quinto lote de restituição do Imposto de Renda da Pessoa Física, referente às declarações do exercício 2025. Todas as restituições entregues dentro do prazo e que não apresentaram inconsistências já foram pagas.

A Secretaria da Receita Federal informou, na terça-feira (2), que antecipou o pagamento e, ao contrário da previsão de cinco lotes, que seria entre os meses de maio e setembro, a eficiência no processamento das declarações permitiu que os contribuintes que não apresentaram inconsistências nos dados recebessem seus valores até o lote de agosto.

Até o momento, mais de 22,6 milhões de declarações de ajuste anual foram entregues. Foram pagos, neste ano, mais de R$ 36,6 bilhões em restituições. Quem não recebeu a restituição até o mês de agosto é porque caiu na malha fina.

Esses contribuintes devem acessar o site da Receita, clicar em “Meu Imposto de Renda” para uma consulta completa da situação da declaração, por meio do extrato do processamento. Havendo alguma pendência, o contribuinte pode fazer a retificação, corrigindo as informações.

Fonte: Diário de Pernambuco.


Defesa diz que Bolsonaro foi "dragado para os fatos da trama golpista"


 

Na retomada do julgamento do núcleo 1 da trama golpista, nesta quarta-feira (3), foram ouvidas as sustentações das defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira; e do ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022, general Braga Netto. Ao longo do dia, advogados buscaram afastar Bolsonaro da trama golpista.

Na avaliação do professor e coordenador do curso de Direito da ESPM, Marcelo Crespo, a defesa do ex-presidente “sempre foi muito difícil”, pelo contexto em que “ele se inseriu”.

No segundo dia de sessões, o advogado do ex-presidente, Celso Vilardi, disse não existir “uma única prova” de que Bolsonaro tenha participado de uma tentativa de golpe e que o ex-mandatário foi “dragado” para os fatos.

A defesa do ex-presidente também solicitou a anulação da delação premiada de Mauro Cid, acusando-o de “não ser confiável devido às contradições e omissões”, e de ter “colocado sua voluntariedade em cheque” ao afirmar que foi coagido em seu interrogatório. Para o professor, a crítica à delação não foi uma “grande surpresa”.

“Eles dizem que o Mauro Cid é mentiroso, que ele falou e depois que voltou atrás, mas por outro lado, acabam até concordando que as provas da Polícia Federal foram todas incluídas no processo”, aponta.

Marcelo ressalta a tentativa da defesa de Bolsonaro de “interpretação dos fatos” apontados na acusação como a impressão da minuta golpista no Palácio do Planalto.

“Ele quer jogar de que isso é um movimento pueril, infantil, mas tem outras coisas que acabam contrapondo. Por exemplo, no próprio interrogatório de Bolsonaro, Alexandre de Moraes perguntou: ‘Você tendo perdido o recurso no TSE, você chamou generais para discutir alternativas?’ e ele concordou. Confessou que para além da parte de recursos, tinha ali uma intenção de permanecer no poder”, lembra Crespo.

Para o professor, a defesa de Bolsonaro “sempre foi muito difícil”, por todo contexto em que o ex-presidente se inseriu. “Ele está sendo julgado não por um ato específico, mas por uma sucessão de atos, e uma sucessão de comportamentos que concluíram no 8 de janeiro. Se fosse um ato único, específico, a defesa talvez fosse mais fácil, mas tem um contexto do Bolsonaro sempre esticando a corda com o Supremo”, ressalta.

Diferenças entre as defesas

Para Crespo, houve muitas diferenças entre o estilo e as características dos advogados “como o advogado ali que elogiou o Fux, o advogado que falou da sogra, que está uma coisa muito mais no entorno das defesas do que no conteúdo delas mesmo”.

“As defesas trazem os elementos, por vezes técnicos, por vezes interpretativos, mas a minha avaliação é de que não houve grande mudança. Ninguém levantou nada tão louvideiro que pudesse dizer: ‘Agora se descobriu algo no meio dos das provas que pudesse mudar o destino dos acusados’. Não tem nenhuma inovação material”, avalia.

O advogado do general Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que as acusações do procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, contra o ex-ministro são baseadas em “uma delação mentirosa e oito prints adulterados”.

A defesa também alegou não ter tido acesso completo ao material da Procuradoria-Geral da República (PGR), que sustenta a acusação da suposta trama do golpe.

A defesa do general Augusto Heleno, representada pelo advogado Matheus Milanez tentou deslocar o militar do ex-presidente, dizendo ter perdido espaço no governo e também contestou a condução do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, afirmando que houve “falhas” no processo. Milanez também criticou uma pergunta feita por Moraes a uma testemunha sobre uma postagem em rede social, que não constava nos autos.

Enquanto as demais defesas foram enfáticas em argumentar que a tentativa de golpe não existiu, o advogado do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, argumentou durante sua sustentação oral que o general atuou de forma ativa para afastar qualquer iniciativa golpista do ex-presidente e que temia o levantamento e rompimento do Estado democrático de direito.

Ainda segundo as defesas, o professor destaca a posição de respeito dos advogados aos ministros, com as saudações e elogios.

“É um trabalho técnico como qualquer outro. Você tá lá como advogado, você não tá lá como inimigo do juiz. Você está defendendo o interesse de alguém. Tratar bem os ministros só reforça o trabalho técnico e talvez, até por isso, eles consigam ter a percepção mais próxima dos ministros, de algum ponto da defesa para atenuar um pouquinho a pena ali ou aqui”, aponta Crespo.

Cálculo das penas

Para Crespo, ainda não é possível antecipar a dosimetria (cálculo) das penas, se os réus forem condenados, cabendo “a cada um dos ministros”, com Moraes, o ministro relator, trazendo o fio condutor e sua interpretação. “A partir da manifestação dele é que vai entender se ele vai puxar mais para pena máxima ou não”, ressalta.

O professor ainda destaca que, de acordo com o artigo 59 na Constituição, a dosimetria deve avaliar todo o contexto, incluindo o comportamento do acusado e as características, “podendo valorar para mais ou para menos”. E, do outro lado, a acusação do PGR reiterando o que trouxe na denúncia.

“É possível que Alexandre de Moraes, diga que Bolsonaro sendo o então Presidente da República conspirando para ficar no poder, torna a conduta ainda mais gravosa. E esse tipo de interpretação pode levar sempre uma pena mais alta”, especula.

Crespo avalia que as penas deverão ser altas, mas não chegarão no máximo, “até por uma questão política”. “Não deveria ser assim, mas é uma leitura que eventualmente o Supremo vai condenar, mas dizer: ‘Não precisamos dar pena máxima, vai parecer eventualmente que é uma uma perseguição’”, explica.

Possíveis condenações

De acordo com o professor, a condenação das prisões poderá ser acima de 10 anos e deve acontecer por todo o “contexto das provas”, mas observa que o regime do cumprimento da pena deverá ser uma questão a ser discutida.

“Como regra, se é condenado a altas penas, começa em regime fechado, mas é sabido que o regime fechado, como foi pro presidente Lula e como pode ser para o Bolsonaro, até por questões de segurança, possivelmente, não será num presídio comum”, aponta.

Após a possível condenação, Crespo ainda acredita que a defesa do ex-presidente poderá usar a argumentação da fragilidade que já vem sendo construída, mas que a tendência do Supremo não será a de considerar imediatamente a questão da saúde, e “dependeria da defesa depois fazer um pedido e demonstrações para tentar mudar alguma coesão nesse sentido".

“Ele tem trabalhado junto aos seus advogados para demonstrar que está fragilizado, que está com soluços. De fato têm essas questões de saúde. Então, ele tem condições de pleitear que não fique preso em regime fechado, mas em um regime domiciliar. Recentemente houve uma decisão que favoreceu o Color nesse sentido, acredito que vão buscar isso como um um parâmetro”, concluiu.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Sem sinais nem aviso: estudo de 30 anos explica por que mulheres saudáveis sofrem infartos


 

Você já ouviu falar em inflamação silenciosa? Não é uma condição que aparece com sintomas evidentes, mas pode ser um alerta para problemas sérios de saúde. Recentemente, um estudo de 30 anos com mais de 12 mil mulheres revelou que níveis elevados de proteína C-reativa de alta sensibilidade (PCR-us), um marcador de inflamação, podem ser tão arriscados quanto o colesterol LDL alto para doenças cardíacas. O estudo foi apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Madri, nesta sexta-feira, e publicado no European Heart Journal.

O estudo acompanhou 12.530 mulheres inicialmente saudáveis, sem fatores de risco modificáveis como colesterol alto, tabagismo ou pressão alta. Apesar disso, 973 delas sofreram eventos cardiovasculares, como infarto ou derrame. O principal autor da pesquisa, Dr. Paul Ridker, cardiologista da Universidade de Harvard, destaca que metade dos ataques cardíacos e derrames ocorrem em pessoas sem fatores de risco tradicionais.
A inflamação pode aumentar o risco de doenças cardíacas mesmo na ausência desses fatores. Dr. Ridker enfatiza que, sem a medição da PCR-us, essas mulheres podem não receber o tratamento necessário para prevenir eventos graves.

A importância do rastreamento da inflamação

Atualmente, a medição da PCR-us não é parte padrão dos exames de rotina nos Estados Unidos. No entanto, na Europa, já é considerada uma prática comum. O estudo sugere que a inflamação deve ser incluída nos exames de doenças cardíacas, especialmente para mulheres sem fatores de risco tradicionais. Anais Hausvater, cardiologista da NYU Langone Health, considera o estudo "potencialmente transformador de práticas", destacando que muitas mulheres não estão sendo rastreadas para inflamação.

Tania Ruiz, cardiologista da Universidade Vanderbilt, também vê o estudo como promissor, sendo o primeiro em larga escala a avaliar a PCR-us como preditor de eventos cardiovasculares em mulheres saudáveis.

A boa notícia é que a medição da PCR-us é simples e barata, realizada por meio de um exame de sangue. Se você está na faixa etária de risco, especialmente entre 40 e 60 anos, é recomendável conversar com seu médico sobre a realização desse exame. Identificar níveis elevados de inflamação pode ser um passo crucial para prevenir doenças cardíacas e derrames.

Fonte: Folha de Penambuco.

Após pressão do Centrão, Motta já admite debater anistia após julgamento da trama golpista


 

A expectativa sobre uma eventual votação do projeto de lei que anistia os envolvidos no 8 de Janeiro, com possível favorecimento ao ex-presidente Jair Bolsonaro, cresceu dentro da Câmara dos Deputados. Líderes partidários tentam um acordo para que o tema seja pautado após o julgamento da trama golpista, previsto para acabar no próximo dia 12.

Após reunião com líderes, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que vem resistindo a levar a pauta a votação, reconheceu o aumento da pressão.

— Os líderes estão cobrando, estamos avaliando e temos que conversar mais — disse Motta. — Aumentou o número de líderes pedindo.

O movimento a favor do texto cresceu com a articulação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é apontado como um nome para representar a oposição na eleição presidencial de 2026.

Tarcísio tenta ganhar o apoio de Bolsonaro ao articular o projeto e conversou sobre o assunto por telefone na segunda-feira com o presidente da Câmara, seu colega de partido. Segundo relatos, Motta declarou que o tema é complexo e uma anistia ampla não passa na Casa, mas não se negou a discutir o texto.

Nova reunião

O chefe da Câmara reuniu líderes partidários na tarde de ontem e, segundo presentes, descartou votar a anistia nesta semana. Apesar disso, Motta declarou que o assunto precisará voltar a ser discutido em uma próxima reunião com líderes, que pode acontecer amanhã ou na terça-feira que vem.

Bolsonaro já está inelegível por ataques às urnas eletrônicas e é alvo do julgamento do STF que apura a existência de uma trama golpista para ele se manter no poder e impedir a eleição do presidente Lula.

Diante da pressão de Bolsonaro no Poder Judiciário, aliados tentam aprovar uma anistia, mas ainda não sabem em que amplitude e se haveria apoio para reverter a inelegibilidade dele ou eventual condenação na Corte.

As bancadas do União Brasil, PP e Republicanos pressionaram para que o tema seja pautado e até deputados governistas avaliam agora que o tema ganhou força e pode ser colocado em votação no plenário da Câmara.

— Existe essa discussão, cresceu o movimento com a presença do governador de São Paulo, Tarcísio, aqui em Brasília, de colocar em discussão essa questão da anistia para depois do julgamento. Isso é um equívoco — disse o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ).

Ontem, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) elogiou Tarcísio e disse que o governador está dedicado nas articulações pela anistia:

— Ele é leal ao Bolsonaro. Espero que possamos nos próximos dias entregar esse projeto de anistia. Ele tem mergulhado de cabeça nisso.

Na segunda-feira, além de falar com Hugo Motta, Tarcísio conversou com Marcos Pereira, presidente do Republicanos, sobre como acelerar a votação do projeto, como revelou o dirigente. Além disso, o governador se comprometeu publicamente a conceder um indulto a Bolsonaro como “primeiro ato”, caso seja eleito presidente da República. A declaração ocorreu após críticas do deputado federal Eduardo Bolsonaro e do vereador do Rio Carlos Bolsonaro sobre as articulações mais claras por uma chapa de centro-direita contra Lula enquanto Bolsonaro está em prisão domiciliar.

A promessa do governador, assim como sua afirmação de que não confia na Justiça, gerou reação ontem do ministro da Casa Civil, Rui Costa.

— É lamentável ver um governador que foi empossado pela Justiça dizer que não crê na Justiça. Se não há Justiça, vale tudo. Ele, por exemplo, não seria governador de São Paulo se não houvesse Justiça, até porque quem promulga o resultado da eleição é a Justiça Eleitoral — disse o ministro.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Plano pós-guerra dos EUA para Gaza prevê controle por 10 anos e deslocar a população


 

O plano pós-guerra dos Estados Unidos para a Faixa de Gaza, revelado no domingo pelo jornal The Washington Post, que teve acesso ao documento de 38 páginas, prevê a deslocação de toda a população do território palestino, que ficaria sob administração norte-americana durante dez anos para ser transformado num polo turístico e tecnológico.

O projeto dos EUA conta com uma deslocação "voluntária" dos cerca de dois milhões de residentes em Gaza para outros países ou zonas seguras dentro do enclave, que se concordarem receberão 5 mil dólares, além de ajuda para pagar quatro anos de renda e um ano de alimentação. Por uma década, o território ficaria sob a administração de uma entidade chamada Fundo para a Reconstituição, Aceleração Econômica e Transformação de Gaza, ou Great Trust, e posteriormente ficaria sob a autoridade de uma entidade palestina reformada e desradicalizada, avançou a mídia.

Os proprietários de terrenos também receberiam ‘tokens digitais’ para usar no financiamento de uma nova vida em outra região ou trocar por um apartamento numa das seis a oito novas cidades inteligentes com tecnologia de IA (Inteligência Artificial) que constam no planejamento e serão construídas em Gaza.

O Departamento de Estado norte-americano não se manifestou até o momento sobre as informações divulgadas pelo jornal. A notícia foi publicada poucos dias após uma reunião na Casa Branca, que segundo Steve Witkoff, o enviado especial do presidente Donald Trump, estava a examinar um plano muito abrangente para o período pós-guerra em Gaza.

Este plano foi rejeitado pelos países árabes e ocidentais, assim como pelas Nações Unidas.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apoiou um plano anunciado em fevereiro por Trump, que propunha assumir o controle de Gaza e transformá-la na "Riviera do Oriente Médio", reiterando que a população do território poderia se mudar para outro lugar.

Por sua vez, o representante político do grupo Hamas, Bassem Naim, disse hoje que Gaza "não está à venda" e que o território é parte integrante da grande pátria Palestina. Naim ressaltou a rejeição do Hamas e do povo palestino ao plano.

Enquanto isso, os países islâmicos e árabes instaram a Casa Banca a reconsiderar a sua decisão de negar ou revogar os vistos dos diplomatas palestinos que pretendem participar da próxima Assembleia Geral das Nações Unidas, no final de setembro, que terá inclusive o conflito em Gaza como um dos principais focos da reunião.

O Comitê Ministerial Árabe Islâmico para Gaza, que representa mais de 50 países, expressou em um comunicado seu profundo pesar pela decisão do Departamento de Estado dos EUA e exortou a reconsiderar e revogar a mesma. Washington anunciou na última sexta-feira que negarão e revogarão os vistos dos diplomatas palestinos, excluindo a possibilidade de irem a Assembleia Geral da ONU.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Quais são os crimes pelos quais Bolsonaro é acusado


 

O julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e seus sete aliados, réus do núcleo 1 da trama golpista, começa nesta terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF).

Eles são apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como responsáveis pela articulação de um plano golpista destinado a reverter o resultado das eleições de 2022 e manter o então chefe do Executivo no poder.

Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

Para a PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques às instituições e articular medidas de exceção.

Bolsonaro e os sete aliadas são acusados dos seguintes crimes:

- liderar ou integrar organização criminosa armada;

atentar violentamente contra o Estado Democrático de Direito;

- golpe de Estado;

- dano qualificado por violência e grave ameaça e

- deterioração de patrimônio tombado da União.

De acordo com a PGR, as declarações públicas de Bolsonaro e o uso de uma rede de apoiadores digitais configuraram um esforço deliberado para fragilizar a confiança nas urnas e criar um ambiente propício à ruptura institucional. Todos os acusados negam participação e afirmam que não houve tentativa concreta de golpe.

Julgamento

Com sessões marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, o ministro Cristiano Zanin abrirá a primeira sessão às 9h e chamará o processo para julgamento. A palavra, em seguida, será dada ao relator Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório, com o resumo de todas as etapas percorridas, da investigação até a apresentação das alegações finais.
Após a leitura do documento, a acusação e as defesas dos réus.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Entenda como vai funcionar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF

O julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e seus sete aliados, réus do núcleo 1 da trama golpista, começa nesta terça-feira (2) no Supremo Tribunal Federal (STF). Os réus são acusados como líderes da conspiração que pretendia reverter o resultado da eleição que elegeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.

A Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Cristiano Zanin, presidente do colegiado; Alexandre de Moraes, relator do processo; Cármen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux, julgará os réus.

Com sessões marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro, o ministro Cristiano Zanin abrirá a primeira sessão às 9h, chamará o processo para julgamento e dará a palavra ao relator Alexandre de Moraes, que fará a leitura do relatório, com o resumo de todas as etapas percorridas, da investigação até a apresentação das alegações finais, última fase antes do julgamento. Após a leitura do documento, a palavra passará para a acusação e as defesas dos réus.

Como funcionará o julgamento

O rito do julgamento está previsto no Regimento Interno do STF e na Lei 8.038 de 1990, norma que regulamenta as regras processuais do Supremo.

O responsável pela acusação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, terá até uma hora para defender a condenação dos réus, podendo ter tempo adicional, se permitido pelo presidente, devido ao julgamento ter mais de um acusado.

Sucessivamente, os advogados dos acusados serão convidados a subir à tribuna para apresentar as alegações finais e suas considerações, também no prazo de uma hora. Os acusados não têm a obrigatoriedade de comparecer ao julgamento do STF, já que estarão representados por suas defesas.

Na sequência, o relator votará, analisando em sua manifestação, questões preliminares provocadas pelas defesas dos acusados. Moraes poderá solicitar que o colegiado defina sobre as questões preliminares imediatamente ou deixe a análise dos quesitos para votação conjunta com o mérito.

Após a abordagem das questões preliminares, o relator falará se condena ou absolve os acusados e os demais ministros votarão após Moraes na ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A condenação ou absolvição acontecerá com o voto da maioria de três entre os cinco.

Durante o rito, segundo o regimento, qualquer um dos integrantes da Corte poderá fazer um pedido de vista e assim ter mais tempo para analisar o caso, ocasionando a suspensão do julgamento, tendo que ser devolvido em até 90 dias para retomada da audiência.

Possibilidade de condenação

Segundo o professor de Direito Penal, Ricardo Brito, se condenados, uma vez que os crimes imputados aos réus são diferentes, a pena deve ser individualizada “mesmo quando tiverem sido condenados pelo mesmo crime”.

Para Brito, juridicamente tanto existe a possibilidade de condenação quanto de absolvição. Mas politicamente, os réus mais importantes serão condenados.

“Não consigo imaginar que os principais acusados deixem de ser condenados. A trajetória do inquérito e do processo indica este desfecho. Para eles, o processo é mera formalidade”, afirmou.

Em uma eventual condenação dos acusados do núcleo 1 da trama golpista, a prisão poderá ser realizada somente após o julgamento dos recursos contra a decisão do colegiado.

Segundo o Código de Processo Penal (CPP), se presos, os réus aliados de Bolsonaro, sendo cinco militares do Exército e um da marinha, deverão cumprir a pena em prisão especial. Os outros dois acusados, delegados da Polícia Federal podem também receber o benefício pela restrição.

As ações penais dos outros três núcleos da denúncia da trama golpista estão em fase de alegações finais. A previsão é que o julgamento destes núcleos aconteça ainda neste ano.

Acusados do Núcleo 1

Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;

Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança;

Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;

General Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022;

Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente.

Acusações
Organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

Fonte: Diário de Pernambuco.


Pesquisadores alertam que perda de mangues coloca em risco espécies de caranguejos e o equilíbrio ambiental


 

O mangue ocupa 162 mil km² do planeta. Só no Brasil, são cerca de 25 mil km² e, em Pernambuco, é possível encontrá-lo em cerca de 250 km² do ecossistema costeiro. A riqueza ecológica do mangue faz com que essa área se torne um grande berçário natural, principalmente para os caranguejos. No entanto, estes animais têm sofrido com a perda de habitat e crescimento de áreas urbanas no litoral do estado.

A faixa litorânea de Pernambuco, especialmente nos municípios do Litoral Sul, é berçário de diversas espécies de caranguejos que vivem em mangues, que sofrem invasões irregulares. Isso acelera a supressão da vegetação e altera a dinâmica natural das marés, comprometendo a renovação da água e a sobrevivência destes animais.

"Eu vejo o turismo em áreas de mangue de forma positiva, porque as pessoas não se interessam em cuidar, em conservar aquilo que elas não conhecem. Então, quando existe um trabalho eficaz de educação ambiental elas passam a vestir a camisa [da proteção]. Acho que a palavra chave para isso é educação ambiental", afirma a pesquisadora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Renata Shinozaki.

A destruição dos manguezais é hoje uma das maiores ameaças à sobrevivência dos caranguejos e de todo o ecossistema que depende deles. Esses ambientes sofrem com múltiplas pressões humanas, como a expansão urbana sem planejamento e turismo predatório. “Os caranguejos são encontrados tanto no ambiente marinho, quanto no ambiente de água doce, dentro dos estuários, onde estão os manguezais, um tipo de ecossistema. Como esses ambientes todos estão interconectados, os impactos humanos nos rios quanto no ambiente marinho podem afetar os caranguejos dos manguezais”, alerta o professor e pesquisador do Departamento de Zoologia da UFPE, Alexandre Oliveira.

Em julho, comunidades tradicionais, pescadores artesanais e mais de 50 organizações da sociedade civil reivindicaram a criação da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Formoso, no litoral Sul do estado. A área proposta, de 2.240 hectares, abrange o último manguezal não urbanizado de Pernambuco. O ecossistema sustenta diretamente a atividade de cerca de 2,3 mil pescadores nos municípios de Sirinhaém, Rio Formoso e Tamandaré. A mobilização pela criação da Resex já dura mais de 15 anos, mas ganhou força recentemente com a campanha “Sem Mangue, Sem Beat”, apoiada por artistas, universidades, instituições ambientais e lideranças locais.

“Os manguezais perderam muito da sua cobertura vegetal global. Obviamente, isso aconteceu aqui também. O futuro também não parece ser muito promissor, porque a gente tem uma mudança climática em curso. E os ecossistemas costeiros vão ser os primeiros afetados. Mas é óbvio que toda e qualquer iniciativa no sentido de frear o impacto humano na natureza pode ter consequências favoráveis”, afirma Alexandre.

Caranguejos: equilíbrio ambiental

Os caranguejos desempenham um papel fundamental no equilíbrio dos ecossistemas de manguezal. Espécies como o caranguejo-uçá, por exemplo, revolvem o solo ao cavar suas tocas, o que ajuda na aeração da lama e favorece o crescimento das raízes das árvores do mangue. Além disso, ao se alimentar de folhas e restos orgânicos, esses animais aceleram o processo de decomposição da matéria orgânica.

Eles também fazem parte da base da cadeia alimentar, pois servem de alimento para aves, peixes e outros animais. Para as comunidades costeiras, os caranguejos têm grande valor econômico e cultural, sendo essenciais para a pesca artesanal e para a culinária tradicional. Em Pernambuco, é possível encontrar espécies como caranguejo uçá (do mangue), guaiamum, siri azul e aratu. Ainda ocorrem no estado o maria farinha, aratu, aratu de pedra, maria mulata e o caranguejo violinista.

“Se os caranguejos começarem a desaparecer, vai trazer consequências como uma drástica alteração nas comunidades de organismos vivos porque ele é um animal que interfere muito no ecossistema onde ele vive”, pontua Oliveira.

A pesquisadora da UFPE Renata Shinozaki explica que na altura em que a interferência do mangue se encontra, não fala-se mais em preservação, mas sim em conservação, uma vez que o primeiro termo é utilizado apenas em meios que ainda não sofreram intervenção humana.

“Existe pesca ilegal, construção ilegal e com isso tem a diminuição do hábitat dos animais. Todos esses fatores entram como pontos negativos e acabam desequilibrando [o ecossistema]. Então por isso que existe a diminuição das populações de caranguejos, porque se tudo ocorresse certinho, conforme é estudado e estabelecem as leis, provavelmente a gente conseguiria ter esse recurso mais desequilibrado”, enfatiza Renata.

Desastres costeiros afetam populações de caranguejos

Em 2019, quando manchas de óleo cru se espalharam pelo litoral nordestino, a atenção se voltou para as praias tomadas pelo material. Mas os efeitos do desastre, aliado a pressões crônicas como o turismo desordenado e o lançamento de esgoto, ainda reverberam nos recifes.

Uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia da UFPE analisou justamente esses impactos sobre duas espécies: caranguejo-saltador-caribenho e bala-pedra.

Os animais foram coletados nos recifes das praias de Gaibu, em Cabo de Santo Agostinho, e Carneiros, em Tamandaré. O estudo fez o acompanhamento entre fevereiro de 2019 e fevereiro de 2020, antes, durante e depois do derramamento de óleo, e os resultados revelam danos tanto na morfologia e no DNA desses crustáceos.

Nos meses seguintes à chegada do petróleo, os pesquisadores constataram alterações na estrutura populacional dos caranguejos. Em Gaibu, houve uma redução do número de fêmeas de caranguejo-saltador-caribenho, possivelmente em razão do fechamento de tocas e refúgios recobertos pela substância oleosa.

Já em Carneiros, exemplares da espécie bala-pedra foram encontrados com manchas escuras na carapaça, resíduos aderidos nas cerdas das patas e até deformidades morfológicas. O tamanho médio dos indivíduos também apresentou variação, sobretudo em áreas com maior pressão turística.

“Durante eventos de derramamento de petróleo as espécies são contaminadas pelo contato direto com o petróleo. Indivíduos em situações como esta não devem ser consumidos. Durante esses eventos, muitos indivíduos morrem logo após este tipo de contato, pois eles tendem a perder sua capacidade de locomoção (ficam letárgicos), e consequentemente, se tornam incapazes de se alimentar”, explica um dos pesquisadores, o professor e chefe do Departamento de Oceanografia da UFPE (DOCEAN-UFPE), Jesser Fidelis.

Para além das alterações visíveis a olho nu, o estudo mostrou a ocorrência de danos genéticos, associadas à presença de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e pesticidas, identificados nos sedimentos coletados em Gaibu e Carneiros.

Os caranguejos recifais ocupam posição-chave na cadeia alimentar, servindo de alimento para peixes, aves e outros crustáceos. Alterações morfológicas, redução da população de fêmeas e danos ao DNA podem comprometer a capacidade de reprodução das espécies, afetando o equilíbrio das comunidades recifais como um todo.

Outra ameaça que os caranguejos sofrem é a presença de microplásticos, destaca Jesser Fidelis. “Os altos níveis de contaminação por plástico (macro e microplástico) tem influenciado negativamente espécies de caranguejos, incluindo a diminuição da capacidade predatória, em espécies carnívoras, diminuição da capacidade de ganho de peso ou engorda das espécies, o que representa um grande perigo para sobrevivência e manutenção das populações atingidas”, complementa.

 “Conservação” é a saída para manter caranguejos na natureza

A pesquisadora da UFPE Renata Shinozaki explica que na altura em que a interferência do mangue se encontra, não fala-se mais em preservação, mas sim em conservação, uma vez que o primeiro termo é utilizado apenas em meios que ainda não sofreram intervenção humana.

“Existe pesca ilegal, construção ilegal e com isso tem a diminuição do hábitat dos animais. Todos esses fatores entram como pontos negativos e acabam desequilibrando [o ecossistema]. Então por isso que existe a diminuição das populações de caranguejos, porque se tudo ocorresse certinho, conforme é estudado e estabelecem as leis, provavelmente a gente conseguiria ter esse recurso mais desequilibrado”, enfatiza Renata.

A Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha de Pernambuco (Semas) afirmou que tem atuado na fiscalização dos períodos de defeso e do comércio sob coordenação da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH). Estas fiscalizações são intensificadas na fase reprodutiva do caranguejo-uçá.

“Ações de apreensão em feiras e restaurantes, somadas a campanhas de conscientização ao consumidor, têm buscado garantir a reprodução da espécie”, destaca a pasta.

Além disso, a Semas diz que tem atuado na recuperação do ecossistema manguezal em áreas estuarinas da zona costeira de Pernambuco, no âmbito do Programa Plantar Juntos.

Fonte: Diário de Pernambuco.

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